Espaço Reservado

"os pensamentos voam, mas as palavras vão a pé."

30/08/09

Querer é poder?



Queria ser menos egoísta.
Queria ser menos rabugenta.
Queria lidar melhor com o tempo.
Queria separar a tristeza da raiva.
Queria que o caminho não fosse tão longo.
Queria ser menos trapalhona.
Queria ser daquelas pessoas que não sentem medo.
Queria dar mais risadas sinceras.
Queria não acabar por magoar as pessoas de que mais gosto.
Queria que elas não me magoassem tanto.
Queria não ter problema em fazer novos amigos.
Queria não sofrer pelos antigos amigos.
Queria não ter sono.
Queria não ter dar satisfações em casa.
Queria ter dinheiro suficiente para não ter de pensar se tenho dinheiro.
Queria saber vestir-me melhor.
Queria pintar o meu cabelo, e não me arrepender no dia seguinte.

Queria deixar de querer tanto, e começar a fazer de tudo para conseguir o que quero.

Por: Suki

as histórias sem som, os limites da realidade, as linhas da vida urbana são parte integrante das obras fotográficas de Júlio Bittencourt. O seu mais recente trabalho, “Numa Janela do Edíficio Prestes Maia 911”, apresenta uma série de retratos dos moradores do Edifício que dá nome à exposição, captados à medida que iam aparecendo em cada uma das 364 janelas. As suas faces são a expressão do Movimento Sem Tecto do Centro (MSTC), que é composto por 468 famílias que ocuparam, durante 15 anos, um emblemático exemplo arquitectónico da modernidade latino-americana. Com uma composição muito formal, esta série revela os comos de, entre o abrigo do interior e o desconforto do exterior, as janelas partidas e as paredes degradadas poderem ser uma fonte transmissora de vida e segurança.

Júlio Bittencourt encontra-se à sua espera na Fnac de Alfragide, no Alegro... apareçam e ouçam o que ele tem para lhes contar...

Fotografia retirada de: http://cultura.fnac.pt/galerias/fotografos/julio-bittencourt

por: Mikas

Se alguma vez se viram na terra dos vossos pais e pensaram “que seca, não há nada para fazer”, acreditem que a vossa situação não é tão má quanto a minha. Quando eu digo que vou para a Santa Terrinha toda a gente diz “os meus pêsames”. Pois é, esta Santa Terrinha está localizada para lá do cu de Judas, por detrás do sol-posto, onde Judas perdeu as botas. Não acreditam? E se eu vos disser que quando olho à minha volta só vejo montes, montanhas e vales? Não há cafés…não há mercearias…não há restaurantes…não há nada onde passar o tempo. Mas já há electricidade (há pouco mais de 20 anos) e já há água canalizada (há uns 5 anos). Ainda acreditam que estão pior que eu? Então aqui fica uma foto para vos desenganar:

Então agora imaginem o mês de Agosto, em que aqui estão 39ºC à sombra, sem praia, nem rio, nem nada que se pareça…bom, não é? O mais emocionante que temos aqui é ouvir a natureza e ir tratar dos animais e das culturas. Por isso podem acreditar que, quando vou daqui vou super relaxada. Mas mesmo depois de tanto maldizer fica aqui o convite para quem quiser vir passar umas férias relaxantes no meio da Serra do Caldeirão em pleno coração Algarvio.

P.S – Ok, não estamos assim tão isolados…em 30min estamos em Vila Real de Santo António ou em Monte Gordo.

por: Suki

21/08/09

Férias...

Aqui ficam algumas fotos das férias...

Isto é a vista da espreguiçadeira...

Viva o fim das tardes...

Pêssegos...

Croak...

Conquilhas...hummm...

Aqui faz-se queijo fresco...

Amêndoas...

Isto são figueiras...

O belo do sol algarvio...

It's a long way home...


por: Suki

Quando em Junho fui a uma consulta pós-operatória a primeira coisa que perguntei ao médico foi: “Então e ir de férias para o Algarve, posso ir?”. O meu maior medo era que o doutor dissesse “É melhor não”. Mas para meu alívio e espanto a resposta foi: “Podes ir mas com uma condição…é melhor ires deitada na parte de trás do carro”. Ora bem, para quem já estava farta de estar em Lisboa esta foi das melhores respostas que podia ter. É certo e sabido que houve alguma tenção com a minha mãe paranóica que dizia que não queria sequer vir. Mas depois lá lhe passou a crise e acabámos mesmo por vir. Ora bem ao sair de Lisboa lá ia eu muito bem instalada na parte de trás do carro deitada e ainda meio a dormir. Para não haver a mínima possibilidade de me chatear durante a viagem de 3 horas e meia carreguei o Ipod e pus a tocar. A dada altura, já em pleno Alentejo e na auto-estrada, adormeci e só acordei já em Beja, onde paramos sempre para comprar o necessário para levar para a terra. O problema é que, para alguém que fica maldisposta quando vai sentada atrás não é boa ideia vir lá sentada a partir de Beja, visto que a estrada é de curvas e contracurvas. Assim sendo, a minha rica mãezinha passou para o meu lugar e eu tive direito a vir de pendura até aqui à terra. Chegamos todos sãos e salvos e sem chatices…e acreditem que para a nossa família esta foi uma grande vitória!
por:Suki

17/08/09

Hoje...

beijei-te a meio de uma frase. Tu não o sentiste, mas eu beijei-te... os nossos lábios não se tocaram, as nossas faces não se encaixaram nas suas linhas, os nossos olhos não se fecharam e os nossos cabelos não se despentearam, mas eu beijei-te. Trazias as tuas frases vestidas daqueles trejeitos por que me apaixonei, aquele entusiasmo de olhar que magnetiza qualquer um, aquela sinceridade na voz de quem ainda é pequeno no seu ser... E foi ai, nesse instante, que te beijei com aquele meu jeito de menino grande, que sente o mundo na distância de um olhar e as pessoas na proximidade de um toque...
... hoje beijei-te... tu não o sentiste, mas eu beijei-te...
by: Mikas

14/08/09

Porque...

todos os dias cruzo o meu caminho com o deles...




por: Mikas

Conta-me histórias
e envia-me um anjo,
faz-me sonhar,
amar, voar por um mundo
em que o sorriso de uma criança
salva os risos de uma terra
onde o nunca acontece
sem herói nem vilão.
Conta-me histórias
e torna-me numa aventura,
transformando mentiras em verdades,
que navegam nas costas do vento
numa guerra sem remetente nem destinatário,
tocando com um beijo o céu
de uma nuvem que saboreia as lágrimas
pintadas por uma roseira.
Conta-me histórias
e viaja comigo
por uma melodia sem paixão,
cantando mudas canções
de um beijo abandonado,
que espera por um milagre
num segredo que não tem passado,
não tem destruição.
Conta-me histórias
escritas nas teclas de um piano,
embaladas por um luar prateado
e aconchega os meus sonhos
....faz-me sonhar contigo.

por: Mikas

08/08/09

Um segundo...

Os dados da Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária (ANRS) revelam que, no primeiro trimestre de 2009, morreram nas estradas de Portugal Continental 329 pessoas... ou seja, o número de óbitos representa, em média, uma morte a cada 13 horas e 12 minutos. Apesar de esta ser uma redução em comparação ao ano anterior, não é possível desvincular este número do facto de que cada algarismo representa uma pessoa, um familiar, um amigo(a), um empregado(a)... uma vida. É impossível olhar para um número com três digitos e não pensar que ali está condensado o fim de uma existência... que uma família perdeu um membro... que um grupo reduziu de número... tudo porque uma morte não afecta apenas as pessoas envolvidas, porque, quando um carro choca contra algo, não são só os seus ocupantes que são projectados contra algo... as pessoas que têm uma ligação com eles também são projectadas para o vazio que é viver sem elas. Não se pode pensar que uma vida passa despercebida por este mundo... a sua ausência também é uma marca... uma marca que não pode ser contabilizada como sendo um mero número, tal como 329 não é um mero número... são vidas.
Não posso ser pretencioso e refazer os pedidos que constantemente se fazem nos spots televisivos... não posso, nem quero ser um moralista que tenta imbutir sensatez nas pessoas... mas gostaria muito que, antes de iniciarem uma viagem num veículo automóvel, parassem um segundo e pensassem que os acidentes não acontecem só aos outros... que as nossas atitudes presentes iram influênciar o futuro de alguém.
por: Mikas




já alguma vez te contei de como me comecei a apaixonar por Lisboa? Eu devia de ter seis anos... era de noite e regressava de uma pequena viagem a Santarém. Com a excepção do condutor, todos dormiam muito sossegados sobre os seus sonhos... lembro-me de sentir o vidro frio sobre a minha face rosada, que havia descaído nessa direcção por uns segundos... limpando o sono dos olhos, dei por mim vidrado na cidade por que Almada se enamorou há uns anos. As luzes a brilharem em pequenos pontos dispersos uns dos outros, as linhas que as sombras desenhavam no meu olhar, as figuras de pedra da nossa história imortalizadas nessa imagem, as casas a subirem a colina... tudo se conjugava num reflexo sobre o Tejo. Naquele fragmento de instante, vi uma cidade, um berço... familiar, acolhedor, repleto de mistérios e de histórias por contar... naquele momento sobre a ponte 25 de Abril, vi o regresso às origens que é a minha cidade... Lisboa...


por: Mikas